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Embrapa testa café híbrido para a Amazônia

Neste, que é o segundo ano de colheita nas áreas de testes finais, alguns clones

produziram mais de 100 sacas por hectare

Cafés híbridos que estão sendo desenvolvidos pela Embrapa Rondônia para a região Amazônica apresentaram resultados surpreendentes. Eles são o resultado do cruzamento de plantas de café canéfora do grupo robusta com plantas do grupo conilon.

Este é o segundo ano de colheita das áreas em testes finais e alguns clones estão produzindo mais de 100 sacas por hectare. "A expectativa é que essa média seja mantida ou incrementada na próxima safra", comenta o pesquisador da Embrapa Marcelo Curitiba, um dos responsáveis pelas áreas em avaliação.

A pesquisa teve início há 12 anos, e o resultado final será a seleção de clones altamente produtivos para compor a próxima cultivar de café a ser lançada pela Embrapa para a região, provavelmente, em 2018.

Com a demanda crescente por cultivares clonais, o objetivo dos pesquisadores é alavancar a produtividade média de café de Rondônia e região que hoje registra 19 sacas/ha em Rondônia. "Com o lançamento de novas cultivares altamente produtivas, esperamos um incremento de 25% na produtividade média. Além disso, essas cultivares permitirão que cafeicultores mais tecnificados alcancem produtividades acima de 100 saca/ha", afirma Teixeira.

Nessa pesquisa, estão sendo avaliados genótipos (clones) de cafeeiros para a composição de novas cultivares de café, altamente produtivas, resistente à ferrugem-alaranjada – uma das principais doenças que atacam os cafeeiros –, e que são adaptados às condições climáticas da região Amazônica. O responsável por este trabalho, o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira, explica que o ensaio de Validação de Cultivo e Uso (VCU) é composto por seis experimentos, sendo quatro no Estado de Rondônia e dois no Acre. Em Rondônia, as áreas estão plantadas nos municípios de Alta Floresta do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Ariquemes e Porto Velho.

Já no Acre as áreas, uma irrigada e outra não irrigada, estão plantadas no Campo Experimental da Embrapa Acre, em Rio Branco. Para implantação e condução dos experimentos, a Embrapa Rondônia conta com o apoio do cafeicultor Ademar Schmidt e do engenheiro agrícola Gildásio Mendes da Emater de Alta Floresta D'Oeste, assim como da equipe do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) em Ariquemes, e de pesquisadores e técnicos da Embrapa Acre.

Este ano, a colheita dessas áreas experimentais de cafés híbridos teve início no começo de maio, e está sendo realizada de forma seletiva, na medida em que os frutos ficam maduros. A previsão é de que a colheita dos genótipos tardios seja realizada até o início de julho. Além da produtividade, o pesquisador Alexsandro Teixeira afirma que serão avaliadas a uniformidade de maturação, o tamanho de grãos e a qualidade de bebida.

Esses híbridos que estão sendo testados pela Embrapa Rondônia foram obtidos no ano de 2004 e foram submetidos à avaliação durante seis safras, 2007 a 2012. A partir dessas avaliações foram selecionadas as melhores plantas para comporem o ensaio final de competição de clones, aqui denominado de VCU.

Com a expressiva produção dos cafeeiros em teste, está agendada para o dia 10 de junho a realização de um Dia de Campo sobre café em Rio Branco, na Embrapa Acre.

Melhoramento de plantas: do cruzamento à nova cultivar

Para saber como uma cultivar de café de alta qualidade chega ao campo, é preciso conhecer um pouco sobre o melhoramento de plantas. Trata-se de um processo oneroso e demorado. No caso de plantas anuais como milho, soja ou feijão, esse processo dura aproximadamente de oito a dez anos. Já no caso de plantas perenes, como é o caso do café, o lançamento de uma nova cultivar pode demorar até 20 anos.

No caso do café canéfora, também conhecido como conilon ou robusta, o processo se inicia com o cruzamento entre duas ou mais plantas que possuem características comerciais de interesse dos consumidores. As sementes desses cruzamentos são colhidas, plantadas e avaliadas durante quatro safras de produção. Somente nessa primeira etapa são oito anos de pesquisa. Com os resultados dessas avaliações, realiza-se uma seleção das melhores plantas. Essas plantas selecionadas são clonadas e avaliadas durante quatro safras novamente, só que agora com repetição.

Os resultados atuais já são mais consistentes tornando possível a seleção de plantas de elite para a instalação dos ensaios de competição regional, também conhecidos como Valor de Cultivo e Uso (VCU). As plantas elite selecionadas, que nesse caso são clones, são plantadas em diversos locais da região para que sejam avaliadas quanto à adaptação a estes diferentes ambientes. Nessa segunda etapa são mais doze anos de pesquisa.

De posse dos resultados finais, forma-se a cultivar de café com os clones que apresentaram alto potencial produtivo e outras características comerciais de interesse do mercado. Essa cultivar é registrada e protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e, posteriormente, são selecionados viveiristas que multiplicam e comercializam a cultivar entre os cafeicultores.

Fonte: Embrapa Rondônia

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